Acabei de ler, pela segunda ou terceira vez a biografia de Nelson Rodrigues: O Anjo pornográfico, escrita por Ruy Castro. Cada vez que leio sobre ele ou algo escrito por ele, me convenço que Nelson era um gênio, incompreendido, é verdade, mas um gênio.
Verdade que suas peças chocam em um primeiro momento, mas isso é o óbvio ululante. Elas tratam do ser humano, suas paixões, ódios, rancores e tudo o mais. Quem não se assusta ao ver seu lado obscuro? Ninguém... O teatro de Nelson é assim, a representação da alma do ser humano. Por isso causa espanto...
Foi chamado por muitos de tarado, o que é uma tremenda contradição, logo ele, que achava o sexo punitivo e atividade essa que ele próprio não praticava muito. O fato é que Nelson foi um divisor de águas no teatro brasileiro, servindo às próxmas gerações como inspiração. Antes dele o teatro não trazia nenhum tipo de reflexão, era puro entretenimento.
E só consegue entender o tratro rodrigueano quem conhece sua vida, já que parte dela integra seus textos e seus personagens... em alguns casos é a vida de Nelson que está sendo representada, como em A mulher sem pecado. O ciúme de Olegário representa muito bem Mário Rodrigues, pai de Nelson e o ciúme que ele tinha de Maria Esther.
Defendo Nelson - sim o chamo de Nelson como um amigo íntimo - com unhas e dentes. Não admito que o tratem de tarado e simplesmente isso. Pergunto o que já leram dele e me respondem: nada, mas o que vemos na Tv já diz tudo. Como a maioria sabe, a Tv vende imagens, por audiência tudo pode ser feito... Algumas coisas continuam fiéis à obra de Nelson, outras exploram a sexualidade e esquecem do drama que envolve cada personagem.
Isso renderia muitos outros parágrafos...
deixemos para outros posts
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